Zika Vírus e a Gravidez
O Brasil enfrenta uma epidemia do Zika vírus. Este vírus é transmitido pelo mosquito aedes aegypti, que pica durante o dia, e provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém mais brandos, onde os mais comuns são: febre, dores nas articulações, dores de cabeça, manchas avermelhadas na pele e conjuntivite. Apesar da transmissão ser similar a da dengue, acredita-se que durante a manifestação dos sintomas, o vírus também pode ser transmitido pelo sangue ou pela relação sexual. Por este princípio, também poderia ocorrer na amamentação.
O governo brasileiro afirma que existe uma relação entre o vírus transmitido pelo Zika e a microcefalia, apesar de não ter sido completamente comprovada essa relação. Alguns autores relatam um aumento de bebês nascidos com microcefalia em zonas afetadas por Zika. Porém, outras fontes o atribuem ao uso de um larvicida nas fontes de água.
O mecanismo de ação seria uma afecção craniana na qual o bebê nasce com o cérebro de tamanho menor que o normal onde poderiam existir diferentes graus de acometimento neurológico. Não se sabe em que fase da gravidez o vírus Zika é mais perigoso para o bebê, mas os três primeiros meses é sempre o período mais crítico, porque os órgãos estão em formação.
Cada caso deve ser individualizado e discutido com o seu médico. Embora as autoridades tenham recomendado evitar a gravidez, o adiamento indefinido pode representar uma queda significante nas expectativas de gravidez, pois a idade feminina, que é inversamente proporcional à qualidade dos óvulos, e a reserva ovariana da mulher, são fundamentais nas taxas de gravidez, mesmo se aplicando tecnologias de ponta como a Fertilização in vitro. Assim, esta decisão deve ser muito bem ponderada.
É importante lembrar que para estes casos de maior risco, ou receio extremo por parte do casal, pode-se considerar a técnica do congelamento de embriões. Esta, além de segura e eficaz, permite manter a capacidade reprodutiva do casal sem a perda de eficiência, caso a postergação da gravidez se dê por longo período de tempo.
Até o momento, para as áreas não endêmicas não há motivos para se recomendar o adiamento da gestação. Porém, as orientações do uso de repelente para prevenção da infecção ficam mantidas para toda a população.
A Rede Latino Americana de Reprodução Assistida (RedLara) publicou recentemente, recomendações sobre a epidemia do Zika vírus, onde o texto ressalta que toda decisão deverá ser tomada pelo paciente que deseja engravidar: “É necessário respeitar a autonomia dos pacientes. Não se pode tomar como recomendação que as mulheres não engravidem. Não sabemos quanto tempo durará esta epidemia. A fertilidade da mulher diminui com a idade. Somente os pacientes sabem o que é melhor para eles mesmos.” Lembramos que a decisão de conceber é um direito exclusivo da mulher”.
A Clínica Pró Nascer tem a mesma posição que a RedLara, ou seja, a prevenção da contaminação através de repelentes específicos na gravidez é a nossa recomendação. Vivenciamos este tipo de tratamento no nosso dia a dia e sabemos como é significativo a diminuição das taxas de gravidez com a idade feminina avançada, principalmente após os 35 anos.
A Clínica Pró Nascer está à disposição para maiores orientações sobre este fato através da consulta médica.
Atenciosamente, Dr. João Ricardo Auler, Diretor médico da Clínica Pró Nascer.